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sábado, 10 de setembro de 2016

Qual é o Ensino de João 3:5?

Cremos que a expressão "nascer da água" não poderia, de forma alguma, se referir ao batismo. O novo nascimento é o tema do Salvador, sem o qual homem nenhum pode ver ou entrar no reino de Deus. Não havia ainda se tornado visível -- "o reino de Deus não vem com aparência exterior" (Lucas 17:20) -- mas estava lá entre eles, como a nova esfera de poder e bênção de Deus. A carne nunca poderia perceber esse reino. Cristo não tinha vindo para ensinar e melhorar a carne, como Nicodemos parece ter pensado; mas que o homem poderia ser participante da natureza divina que é transmitida pelo Espírito. Nenhum mero ritual exterior é capaz de admitir alguém ao reino. Deve haver uma nova natureza, ou uma nova vida, adequada à nova ordem de coisas. "Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" (João 3:3). Então o Senhor mostra a Nicodemos o único caminho para entrar no reino: "Aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus". A água é aqui usada como um símbolo do poder purificador da Palavra de Deus, como em Pedro: "Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade". Aqui, a verdade é mencionada como o instrumento, e o Espírito como o agente do novo nascimento, como ele continua dizendo: "Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus". Duas coisas são necessárias - a Palavra e o Espírito (1 Pedro 1:22,23).

A passagem obviamente indica a aplicação da Palavra de Deus no poder do Espírito -- operando no coração, consciência, pensamentos e ações -- nos trazendo, assim, uma nova vida de Deus, na qual temos Sua mente e Seus pensamentos sobre o reino. As seguintes passagens farão com que isto fique ainda mais claro: "Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade" (Tiago 1:18). "Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra" (Efésios 5:26). "Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado" (João 15:3). Aqui temos a purificação moral da alma pela aplicação da Palavra através do Espírito, que julga todas as coisas, e que opera em nós novos pensamentos e afeições adequados à presença e glória de Deus.

Como uma questão de interpretação, então, não vemos alusão alguma ao batismo em João 3:5: o batismo manifesta o que já foi transmitido, porém o batismo em si mesmo não transmite nada. Por outro lado -- de acordo com os comentários inspirados nas Epístolas -- o batismo é o sinal da morte, não de dar vida, como os "pais" uniformemente afirmavam. "Ou não sabeis", diz o apóstolo, "que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte" (Romanos 6:3-4, Colossenses 2, 1 Pedro 3). Além disso, é perfeitamente claro que Nicodemos não podia saber qualquer coisa sobre o batismo cristão, já que ele não foi instituído por nosso Senhor até depois de Ele ter ressuscitado dentre os mortos.

domingo, 6 de julho de 2014

A Ressurreição e Ascensão de Cristo

Encarnação, Crucificação, Ressurreição, são os grandes fatos ou verdades fundamentais da igreja - do cristianismo. A encarnação era necessária para a crucificação, e ambos para a ressurreição. É a bendita verdade de que Cristo morreu na cruz pelos nossos pecados, mas é igualmente verdade que o crente morreu em Sua morte (Veja Romanos 8; Colossenses 2). A vida cristã é vida em ressurreição. A igreja é edificada sobre o Cristo ressuscitado. Nenhuma verdade pode ser mais bendita e maravilhosa do que a encarnação e crucificação, mas a igreja está associada com aquEle que está, agora, ressuscitado e glorificado.

Em Atos 1 temos aquilo que está conectado à ressurreição e ascensão do Senhor, e também com as ações dos apóstolos após a descida do Espírito Santo. O bendito Senhor, mesmo em ressurreição, ainda fala e age por meio do Espírito Santo. Foi "através do Espírito Santo" que Ele deu ordens aos apóstolos que Ele escolheu. Isso é digno de nota especial, pois nos ensina duas coisas:

1. O caráter de nossa união com Cristo; o Espírito Santo no cristão, e no Senhor ressurreto, une a ambos. "O que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito." Pelo "mesmo Espírito" eles são unidos.

2. Esse importante fato aponta para a bendita verdade do Espírito Santo habitando e agindo no cristão, até mesmo depois que realmente ocorrer a ressurreição. Então não haverá mais - como há agora - a carne em nós para Ele combater, mas irá, calma e desimpedidamente, nos levar à completa alegria do Céu - a feliz adoração, o bendito serviço, e a completa vontade de Deus.

O Senhor ressurreto, a seguir, exorta os apóstolos, que esperam em Jerusalém pela "promessa do Pai" que, diz Ele, ouviste de Mim. "Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias." (Atos 1:5) Não é mais uma questão de promessas temporais a Israel; estas devem ser deixadas de lado até um dia futuro. A promessa do Pai sobre o Espírito Santo era algo inteiramente distinto, e grandemente diferente em seus resultados.

Muitas coisas "concernentes ao reino de Deus" foram conversadas entre o Senhor e Seus apóstolos, então Ele ascende (sobe) ao Céu, e uma nuvem O recebe, fora da vista dos discípulos. O retorno do Senhor é, então, mais clara e distintamente revelada: "E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir." (Atos 1:9-11) É bem evidente, a partir dessas palavras, que Ele subiu pessoalmente, visivelmente, corporalmente, e que Ele também virá de novo da mesma maneira - que Ele, novamente, aparecerá entre as nuvens, e será manifesto às pessoas na Terra, pessoalmente, visivelmente e corporalmente; mas, nesse dia, será com poder e grande glória.

Os apóstolos e discípulos agora aprenderam duas coisas:

1. Que Jesus foi tirado deste mundo para o Céu;

2. Que Ele estaria voltando novamente a este mundo. 

Com base nesses dois grandes fatos o testemunho deles foi fundamentado. Mas Jerusalém seria o ponto inicial de seu ministério, e eles deveriam esperar pelo poder do alto. Chegamos, agora, ao segundo grande evento, de extrema importância no que diz respeito à condição do homem neste mundo - o dom (dádiva) do Espírito Santo. Agora seria não apenas Deus por nós, mas Deus em nós. Isto aconteceu no dia de Pentecostes.

domingo, 20 de abril de 2014

Introdução

Muitos de nossos leitores, como sabemos, não têm disponibilidade de tempo nem a oportunidade de ler as volumosas obras que foram escritas ao longo do tempo sobre a história da igreja. Ainda assim, aquela que tem sido a morada de Deus nos últimos 2000 anos deve ser objeto do mais profundo interesse de Seus filhos. Não estamos falando, aqui, da igreja como é geralmente representada na história, mas de como ela é definida nas Escrituras. Ali, ela é vista em seu verdadeiro caráter espiritual, como o corpo de Cristo, e como a "morada de Deus em Espírito" (Efésios 2).

Devemos sempre ter em mente, ao ler tudo o que é relacionado à história da igreja, que, dos dias dos apóstolos até os dias de hoje, sempre existiram duas classes distintas e amplamente diferentes na igreja professa: os meramente nominais, e os reais - os verdadeiros e os falsos. Isto havia sido predito. "Porque eu sei isto", disse o apóstolo, "que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho. E que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si." (Atos 20:29-30). Sua Segunda Epístola a Timóteo é também cheia de alertas e direções referentes às várias formas de mal que foram, então, claramente manifestas. Uma rápida mudança para pior tomou conta desde a vez que sua primeira epístola tinha sido escrita. Ele exorta aos verdadeiros crentes para andar em separação daqueles que tinham aparência de piedade, mas que negavam a eficácia dela. "Destes", diz ele, "afasta-te". Tais exortações são sempre necessárias, semple aplicáveis - tanto hoje quanto antes. Não podemos nos separar da Cristandade professa sem deixarmos de lado o Cristianismo; mas podemos e devemos nos separar do que o apóstolo chama de "vasos para desonra". A promessa é que, "se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra." (2 Timóteo 2:21).

É interessante - apesar de também doloroso - destacar a diferença, neste ponto, entre a Primeira e a Segunda Epístola a Timóteo. Na primeira, é falado da igreja de acordo com seu verdadeiro caráter e com sua bendita posição na Terra. Lá ela é vista como a casa de Deus - a coluna e a firmeza da verdade para o homem. A Segunda Epístola mostra o que ela se tornou graças às falhas daqueles em cujas mãos ela foi confiada.

Vamos tomar uma passagem de cada Epístola como ilustração: (1) "Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te bem depressa. Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade." (1 Timóteo 3:14-15) (2) "Numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra." (2 Timóteo 2:20). Aqui tudo mudou - infelizmente mudou. No lugar da ordem divina há uma incorrigível confusão; no lugar da "casa de Deus, a coluna e firmeza da verdade", há uma "grande casa" - praticamente "o mistério da iniquidade". Em vez da casa ser mantida de acordo com a vontade de Deus, e adequada a Ele, ela é organizada e ordenada de acordo com a vontade do homem, e para sua própria vantagem e exaltação pessoal. Assim, sem muita demora, o mal, que tem sido o pecado e a desgraça da Cristandade até então, fez suas primeiras aparições. Mas isto é posto de lado quando o Espírito de Deus, em grande misericórdia, nos fornece as mais claras direções para o dia mais sombrio da história da igreja, indicando o caminho da verdade para os piores tempos; deste modo, ficamos sem desculpas. Os tempos e circunstâncias mudam, mas nunca a verdade de Deus.

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