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domingo, 11 de setembro de 2016

A Origem da Comunhão Infantil

Quando a superstição em geral toma o lugar da fé, e as noções humanas tomam o lugar da Palavra de Deus, até que ponto homens, mesmo que sejam sérios e iluminados, podem ser levados! Agostinho defendeu firmemente a prática da comunhão infantil. Pensava-se que isso era uma consequência necessária do batismo infantil. Os "pais" afirmavam que a graça de Deus derramada sobre os batizados era dada sem medida, e sem qualquer limitação quanto à idade. Assim, eles raciocinaram e chegaram à conclusão que a ceia do Senhor podia ser consistentemente administrada a todos que tinham sido batizados, sejam crianças ou adultos. O costume prevaleceu por muitas eras, e é ainda observada pela igreja grega, mas nos absteremos dos detalhes. Em geral, o significado espiritual intrínseco e o verdadeiro projeto da ceia do Senhor foi grandemente perdido de vista, e a mais supersticiosa reverência foi expressa para os símbolos exteriores da ordenança.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Paulo em Malta

Atos 28. Os habitantes da ilha receberam os náufragos estrangeiros com muita gentileza, e imediatamente acenderam um fogo para aquecê-los. O historiador sagrado nos pinta um quadro vivo de toda a cena. Vemos as pessoas descritas se movendo nela: o apóstolo recolhendo lenha para o fogo - a víbora mordendo sua mão - os nativos pensando, a princípio, que ele fosse um assassino, e depois que fosse um deus, pelo fato de ter escapado ileso da mordida. Públios, o principal líder da ilha, os recebeu com cortesia por três dias, e seu pai, que estava de cama com febre, foi curado por Paulo ao impor suas mãos sobre ele e orar. Permitiram que o apóstolo obrasse muitos milagres durante sua estadia na ilha, e toda companhia, por causa dele, foram tidos com muita honra. Vemos que Deus está com Seu amado servo, e que ele exercita, como de costume, seu poder entre os habitantes. Como a parte final da viagem de Paulo a Roma é bastante próspera, havendo poucos incidentes registrados, vamos tomar nota brevemente:

Após uma estadia de três meses em Malta, os soldados e seus prisioneiros partiram em um navio de Alexandria para a Itália. Eles passaram por Siracusa, onde ficaram por três dias: e em Régio, a partir de onde tiveram um vento bom até Potéoli. Aqui eles "acharam alguns irmãos", e enquanto passavam alguns dias com eles, desfrutando do ministério do amor fraternal, as novidades sobre a chegada de Paulo chegaram aos ouvidos dos cristãos de Roma. Eles logo enviaram alguns dos seus, que se encontraram com Paulo e seus amigos na Praça de Ápio e nas Três Vendas. Um belo exemplo e ilustração da comunhão dos santos. Quais deveriam ter sido os sentimentos de nosso apóstolo nessa primeiro encontro com os cristãos da igreja em Roma! Seu desejo há muito acalentado estava finalmente cumprido. Seu coração estava cheio de louvor. "Ele deu graças a Deus", como diz Lucas, "e tomou ânimo." (Atos 28:15)

sábado, 12 de julho de 2014

O Primeiro Apelo de Pedro aos Judeus

Então lemos: "E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando? Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, e Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes, todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus. E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer? E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto. Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse-lhes: Homens judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia", ou, como devemos considerar, eram nove horas da manhã - a hora da oração no templo. (Atos 2:5-15)

Assim, Pedro toma a dianteira e explica aos judeus que as coisas maravilhosas que eles têm visto e ouvido naquela manhã não eram resultado de emoção, mas sim aquilo que deveria ser procurado segundo as suas próprias profecias das Escrituras. "Isto é o que foi dito pelo profeta Joel" (Atos 2:16). É marcante o motivo pelo qual Pedro se levanta e prega com tal ousadia, que é o terreno da ressurreição e exaltação de Cristo. Isto deve ser cuidadosamente observado, uma vez que mostra o fundamento sobre o qual a igreja descansa, e quando e onde sua história começa. Este foi o primeiro dia de sua existência, a primeira página de sua história, e seus primeiros triunfos do dom (presente) inefável de Deus para o homem.

"Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis. Porque Davi não subiu aos céus, mas ele próprio diz: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés. Saiba, pois com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo." (Atos 2:32-36)

Citamos agora as palavras de outro autor* sobre os benditos efeitos do primeiro sermão de Pedro, e da presença do Espírito Santo na Terra:

"Não foi meramente uma mudança moral, mas um poder que pôs de lado todos os motivos que individualizavam aqueles que O tinham recebido, unindo-os em uma só alma, e em uma só mente. Eles perseveravam na doutrina dos apóstolos, eles estavam em comunhão uns com os outros, eles partiam o pão, eles passavam o tempo em oração: a consciência da presença de Deus era poderosa entre eles, e muitos sinais e maravilhas eram operados pelas mãos dos apóstolos. Eles estavam unidos pelos laços mais fortes, onde ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todos dividiam suas possessões com aqueles que necessitavam. Eles estavam diariamente no templo, o local público de Israel para os exercícios religiosos, ao mesmo tempo em que tinham seu próprio local, fora daquilo, quando partiam o pão nas casas diariamente. Eles comiam com alegria e júbilo de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo ao seu redor. Assim a assembleia foi formada, e o Senhor acrescentava todos os dias a ela o remanescente de Israel que seria salvo dos juízos que cairiam sobre a nação que havia rejeitado o Filho de Deus, seu próprio Messias. Deus trouxe à assembleia - assim propriedade dEle pela presença do Espírito Santo - aqueles a quem Ele poupou em Israel. Aqui se encontrava a presença e a casa de Deus, apesar da antiga ordem de coisas ainda existir até a execução do juízo sobre Israel {*Nota do tradutor: invasão romana e destruição do templo de Jerusalém no ano 70 d.C.}.

"A igreja foi formada, portanto, pelo poder do Espírito Santo que desceu do Céu, sobre o testemunho de que Jesus, que tinha sido rejeitado, foi elevado ao Céu, tendo sido feito, de Deus, Senhor e Cristo. Ela foi composta do remanescente judeu que seria poupado, com a reserva de acrescentar também os gentios sempre que Deus fosse chamá-los." *

{* Trecho extraído das Sinopses dos Livros da Bíblia, de J. N. Darby, vol. 4, p. 8.}


Esta é, então, a igreja de Deus: a união daqueles a quem Deus chamou para o nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito Santo. O amor governa e caracteriza a recém-formada assembleia. As poderosas vitórias que a graça alcançou naquele memorável dia comprovou totalmente o poder do exaltado Senhor, e a presença do Espírito Santo na Terra. Três mil almas foram convertidas por meio de um único sermão. Aqueles que haviam sido inimigos declarados do Senhor, e que tinham participação na culpa de Seu assassinato, agora agonizavam sob o poder das palavras de Pedro. Alarmados pelo terrível pensamento de terem matado seu próprio Messias, e que Deus, em cuja presença eles estavam agora, O tinha exaltado à Sua própria destra no Céu, eles clamaram: "Que faremos, homens irmãos?"

Pedro agora procura aprofundar as boas obras em suas almas - Ele [o Senhor], procura humilhar os judeus, uma vez orgulhosos e desdenhosos. "Arrependei-vos", diz Pedro, "e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo". Ele não diz simplesmente "Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo", embora, é claro, a fé e o arrependimento devem andar juntos onde quer que a obra é genuína. Mas Pedro, neste caso, pressiona ao arrependimento. A culpa deles tinha sido grande demais, e uma obra moral profunda em suas consciências era necessária para o arrependimento deles. Eles devem ver sua culpa diante de Deus, e receber a remissão de seus pecados aos pés daquEle que eles tinham rejeitado e crucificado. No entanto, tudo era graça. Seus corações foram tocados. Trocaram de lado, para o lado de Deus, contra eles mesmos - realmente se arrependeram, foram perdoados, e receberam a dádiva do Espírito Santo. Agora eles são filhos de Deus e têm a vida eterna: o Espírito Santo habita neles.

A realidade da mudança foi manifesta por uma completa mudança de caráter. "De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas, e perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." (Atos 2:41-42)

Batismo, na confissão de fé; recepção na assembleia; a ceia do Senhor, a comunhão dos santos, a oração; estas eram suas observâncias distintivas. Nesse momento, a oração do Senhor, "que todos sejam um", foi respondida, como lemos no capítulo 4. "E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns." (Atos 4:32). Vamos pular agora, a fim de continuar nossa linha de raciocínio, para o capítulo 10 de Atos.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

O Princípio de Receber Pessoas no Início da Igreja

Como o princípio apresentado é a base adequada para todas as reuniões cristãs, pode ser interessante olhar por um momento para sua operação nos dias dos apóstolos. Certamente eles entendiam seu significado e como aplicá-lo.

No dia de Pentecostes, e algum tempo depois, não parecia que os jovens convertidos eram submetidos a qualquer prova quanto à realidade de sua fé. "De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas" (Atos 2:41). Assim, receber a palavra já os colocavam no terreno do batismo e da comunhão; mas a obra estava, até então, inteiramente nas próprias mãos de Cristo. "E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar." (Atos 2:47). Podemos também mencionar a tentativa de enganar os apóstolos por Ananias e Safira, que foi detectada de imediato. Pedro age em seu lugar de direito, mas o Espírito Santo estava lá em majestade e poder. Por isso ele diz a Ananias: "Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo?" (Atos 5:3)

Mas tal estado virgem das coisas logo acabou. A falha se instala - o Espírito Santo foi entristecido, e tornou-se necessário examinar aqueles interessados em estar em comunhão a fim de verificar se seus motivos, objetivos e estado de alma estavam de acordo com a mente de Cristo. Estamos agora na condição das coisas descrita em 2 Timóteo 2. Devemos estar em comunhão apenas com "os que, com um coração puro, invocam o Senhor" (2 Timóteo 2:22).

Depois que a igreja se tornou tão misturada com adeptos meramente nominais, um grande cuidado tornou-se necessário ao receber pessoas à comunhão. Não é suficiente que a pessoa diga que é convertida e exija admissão na assembleia com base em suas próprias declarações: ela deve se submeter ao exame por parte de cristãos experientes. Quando alguém professa ter sido despertado para a consciência do pecado, e ter sido levado ao arrependimento diante de Deus, e fé no Senhor Jesus Cristo, sua confissão deve ser examinada por aqueles que passaram, eles próprios, pelos mesmos tipos de experiência. E mesmo onde a conversão é manifestamente genuína, um cuidado piedoso e gentil deve ser exercido na recepção, pois algo desonroso para Cristo, prejudicial e enfraquecedor para a assembleia, pode acabar entrando, mesmo inconscientemente. É necessário discernimento espiritual aqui. E esta é a mais verdadeira demonstração de bondade para com o requerente, e nada mais do que um cuidado necessário para a honra de Cristo e a pureza da comunhão. A comunhão cristã acabaria se pessoas fossem recebidas com base apenas em suas próprias opiniões sobre elas mesmas.

Em Atos 9 vemos esse princípio na prática no caso do próprio apóstolo Paulo. E, certamente, se ele não podia ser aceito sem testemunho adequado, quem deveria reclamar? É verdade que seu caso foi peculiar, porém ainda assim pode ser tomado como uma ilustração prática do nosso assunto.

Encontramos aqui tanto Ananias em Damasco, quanto a igreja em Jerusalém questionando a realidade da conversão de Saulo, mesmo tendo sido miraculosa. É claro que ele tinha sido um inimigo aberto do nome de Cristo, e isto deve ter tornado os discípulos ainda mais cuidadosos. Ananias hesitou em batizá-lo até que estivesse plenamente convencido de sua conversão. Ele consulta o Senhor sobre o assunto, e depois de ouvir Sua vontade, ele vai diretamente a Saulo, e garante a ele que foi enviado pelo mesmo Jesus que lhe tinha aparecido no caminho para Damasco, confirmando a verdade sobre o que tinha acontecido. Saulo é grandemente confortado, volta a ver, e é batizado.

Então, sobre a ação da igreja em Jerusalém lemos: "E, quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava ajuntar-se aos discípulos, mas todos o temiam, não crendo que fosse discípulo. Então Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele vira ao Senhor e lhe falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus." (Atos 9:26-27) Paulo é um modelo de homem para a igreja em muitas coisas, e também nisso. Ele é recebido na assembleia - como todos os requerentes deveriam ser recebidos - com base no testemunho adequado quanto à genuinidade de seu cristianismo. Mas, enquanto todo o cuidado piedoso deve ser tomado para que os "Simãos Magos" {*ver Atos 8} possam ser detectados, toda a ternura e paciência devem ser exercidas com os mais tímidos e hesitantes. De qualquer modo, a vida em Cristo e a consistência com a mesma deve ser sempre procurada (Veja Rom 14, 15;... 1 Cor 5 e 2 Cor 2). O caminho da igreja é sempre estreito.

O papado tem demonstrado sua desesperada iniquidade no mau uso que tem feito da prerrogativa da igreja de reter ou remir pecados, resultando em todas as abominações da absolvição sacerdotal. O protestantismo tomou o outro extremo - provavelmente temendo a própria aparência do papado - e tem praticamente posto de lado completamente a disciplina. O caminho da fé, por outro lado, é somente seguir a palavra do Senhor.

Tendo sido, então, apurado o terreno dos grandes princípios fundamentais da igreja e do reino, chegamos ao dia de Pentecostes - o primeiro momento da história da igreja na Terra. A menos que entendamos os princípios do cristianismo, jamais poderemos compreender sua história.

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