domingo, 15 de novembro de 2020
A Conexão entre as Testemunhas
A Unidade dos Irmãos
domingo, 18 de outubro de 2020
O Movimento de Reforma na Boêmia
Capítulo 31: Boêmia (1409-1471 d.C.)
domingo, 27 de setembro de 2020
Os Verdadeiros Dignos da História Eclesiástica
Os verdadeiros pioneiros da Reforma e os verdadeiros dignos da história eclesiástica são difíceis de descobrir. Com humildade de espírito, e não buscando o louvor dos homens, eles caminharam perante o Senhor, silenciosamente fazendo Sua vontade. Suas ministrações empáticas, seus atos de caridade, seu desejo de conduzir almas ao Salvador, seus esforços para difundir o conhecimento de Sua palavra, são características da personalidade deles, porém pouco observadas pelos olhos do historiador. E quanto mais profunda a piedade deles, menos se sabe sobre eles. Mas eles têm sua recompensa; o registro sobre eles se encontra nas alturas. Multidões de santos de Deus durante a longa noite escura da Idade Média cumpriram assim sua missão e saíram de cena sem deixar vestígios de sua utilidade nos anais do tempo. Não é assim com o clérigo pomposo, o santo que faz maravilhas, o cardeal intrigante e voraz, as polêmicas barulhentas e toda a hoste de entusiastas orgulhosos e ambiciosos; as páginas dos historiadores são principalmente consagradas a eles. *
{* Waddington, vol. 3, pág. 363.}
Depois de um exame cuidadoso das personagens proeminentes
que aparecem nas páginas da história desde o século XII até a Reforma, eles
parecem se dividir em três classes distintas: 1. Homens da literatura; 2. Teólogos;
3. Reformadores, ou protestantes. Ao tomarmos nota desses em ordem, teremos diante
de nós os precursores da Reforma.
Os Precursores da Reforma
Capítulo 29: Os Precursores da Reforma (1150-1594 d.C.)
Em um capítulo anterior, apresentamos a linha de testemunhas da verdade de Deus e do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo até a grande guerra albigense, durante a qual muitos deles foram mortos. Também trouxemos a história do papado até sua humilhação e queda em Bonifácio VIII, e até seu banimento do trono de São Pedro com toda a sua majestade e glória tradicionais em Clemente V. Agora retornaremos à cadeia de testemunhas que acreditamos ter sido mantida ininterrupta desde os primeiros tempos, embora a linha prateada da graça de Deus muitas vezes tenha sido tão sobreposta e obscurecida a ponto de se tornar difícil traçar seu caminho. Ainda assim, sempre foi brilhante aos olhos de Deus e ao espelho no qual Sua própria graça e glória se refletiam.
domingo, 13 de setembro de 2020
Os Efeitos da Riqueza no Clero
Antes da Reforma, de acordo com os relatos mais confiáveis, mais da metade da riqueza da Escócia pertencia ao clero, e a maior parte dela estava nas mãos de alguns indivíduos. O efeito de tal estado de coisas, como sempre foi em todas as épocas e países, foi a corrupção de toda a ordem do clero e de todo o sistema religioso. "Avareza, ambição e amor à pompa secular reinavam entre as ordens superiores. Bispos e abades rivalizavam com a primeira nobreza em magnificência e os precediam em honras; eles eram conselheiros particulares e senhores de sessão, bem como do parlamento, e há muito ocupavam os principais cargos do estado. Um bispado ou abadado vago atraía competidores poderosos, que disputavam por ele como por um principado ou pequeno reino. Benefícios inferiores eram postos à venda abertamente ou concedidos a lacaios analfabetos e indignos da corte, a jogadores de dados, bardos ambulantes e filhos naturais de bispos. Os bispos nunca, em nenhuma ocasião, condescendiam em pregar; desde o estabelecimento do Episcopado Escocês regular até a era da Reforma, a história menciona apenas um exemplo de bispo pregando, e esse foi Dunbar, arcebispo de Glasgow, com o propósito de excluir o reformador, George Wishart."
A vida do clero, corrompida pela riqueza e pela ignorância,
tornou-se um tal escândalo para a religião, e um tal ultraje à decência, que
não podemos transferir para nossas páginas a descrição do historiador mais
meticuloso. Mas todos os historiadores concordam, tanto católicos quanto
protestantes, que os mosteiros e todas as casas religiosas se tornaram
berçários de superstição e ociosidade e, em última análise, locais de lascívia
e perversidade. Ainda assim, era considerado ímpio e sacrílego falar em reduzir
seu número ou alienar seus fundos. "O reino fervilhava de monges
ignorantes, ociosos e luxuriosos, que, como gafanhotos, devoravam os frutos da
terra e enchiam o ar de infecções pestilentas; com frades, brancos, negros e
cinzentos; cônegos regulares, carmelitas, cartuxos, cordeliers, dominicanos,
conventuais franciscanos e observantes, jacobinos, premonstratenses, monges de
Tyrone e de Vallis Caulium, e hospitalários ou Cavaleiros Sagrados de São João
de Jerusalém, freiras de São Austin, Santa Clara, Santa Escolástica e Santa
Catarina de Siena, com canonisas de vários clãs."*
{* Veja uma descrição gráfica do estado da religião na
Escócia antes da Reforma, em Life of John Knox do Dr. McCrie, pp. 7 - 13.}
Sem um conhecimento adequado do estado da Cristandade antes
da Reforma, seria impossível formar uma estimativa justa da necessidade e
importância dessa revolução misericordiosa. Com o tempo que se
passou e com um estado de sociedade tão mudado diante de nós, é difícil
acreditar que abusos tão enormes prevaleceram na igreja. Das doutrinas do
Cristianismo quase nada restou além do nome. Ao mesmo tempo, acreditamos
firmemente que o Senhor tinha os que são Seus ocultos -- Suas verdadeiras
testemunhas, que choraram sobre os maus caminhos e a intolerância do alto e
dominante partido. O próprio Senhor, em Seu discurso a Tiatira, fala de um
remanescente então separado das corrupções de Jezabel, e que suas boas obras
aumentaram à medida que a escuridão se adensou. "Eu conheço as tuas obras,
e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas
últimas obras são mais do que as primeiras" (Apocalipse 2:19). A vida, fé e obras desse remanescente foram
sem dúvida reguladas pela palavra de Deus; mas esta mesma circunstância
garantiu sua obscuridade e sua ausência das páginas da história. A linha
prateada da graça soberana de Deus nunca poderia ser interrompida, e dezenas de
milhares das eras mais tenebrosas refletirão a glória dessa graça para sempre.
Em silêncio, eles cumpriram sua missão pacífica, e pacificamente saíram de
cena, mas não deixaram nenhum registro de seus trabalhos de amor nas páginas do
historiador. Não é assim com o orgulhoso, o ambicioso, o fanático, o hipócrita:
todos esses se destacam nas páginas da história eclesiástica. Mas há outro tribunal,
além do julgamento histórico pela posteridade, perante o qual ambos deverão
comparecer e ser avaliados pelo próprio padrão de Deus.
Mas voltemos ao nosso tema -- o estado da religião na
Escócia antes da Reforma.
O Alvorecer da Reforma se Aproxima
Capítulo 27: O Amanhecer da Reforma (1155-1386 d.C.)
Séculos antes de Lutero pregar suas teses na porta da igreja em Wittemburg, o Senhor estava preparando nações e indivíduos para a realização desta grande obra. O enfraquecimento do poder papal e a ousadia crescente das testemunhas predisseram o que se aproximava.
Em nossas contemplações de Roma, devemos sempre distinguir entre a igreja católica e o papado, ou o poder eclesiástico e o temporal. A igreja, embora caída e escravizada, ainda era a igreja; protestante de coração e fiel em medida a Cristo; mas aventurar-se em seus serviços piedosos além dos limites definidos pela ortodoxia romana sujeitava-a a sua severa disciplina. O papado jurou destruição a todos os invasores. A imoralidade e a irreligião podem até ser deixadas de lado, pelo menos com uma leve censura; mas a heresia ou a cisma -- em outras palavras, qualquer forma de dissidência da igreja romana, deve ser extirpada com fogo e espada, e todos os hereges condenados por sentença pontifícia à morte eterna.
Durante o longo reinado de terror papal, os verdadeiros santos de Deus testemunharam e profetizaram vestidos de saco. Mas a linha prateada da graça soberana foi preservada ininterruptamente desde os dias dos apóstolos, sob a proteção das asas do Deus vivo. Ele preservou Suas testemunhas do dragão devorador nos lugares secretos da Terra; em montanhas, vales e cavernas; e em muitos conventos tranquilos nas regiões remotas da cristandade.
Mas pode ser interessante, em primeiro lugar, renovar nosso conhecimento sobre o estado do cristianismo em alguns dos países que já observamos. Desta forma, iremos naturalmente entrar no assunto da nossa longa linha de testemunhas, que vai até os dias de Lutero. E, primeiro na ordem, vamos notar o estado do cristianismo na Irlanda.
domingo, 24 de novembro de 2019
A Cadeia de Testemunhas
domingo, 30 de abril de 2017
Luís, o Piedoso
{* Para detalhes, veja Cristianismo Latino, de Milman, vol. 2}
Mas o orgulho de seus nobres foi insultado por essa exibição da presunção eclesiástica, e a nação chorou pelo destino do bom e gentil imperador. Uma reação foi inevitável. Indignados pelo seu tratamento, o povo exigiu sua restauração. Ele foi tirado do monastério, re-vestido e restaurado, mas apenas para experimentar uma humilhação ainda mais profunda. Ele foi, com o tempo, resgatado, pela mão da misericórdia divina, da conduta estranha de seus filhos e da impiedosa perseguição do clero, que se importava apenas em exibir e estabelecer seu próprio poder. Pressionando um crucifixo sobre seu peito, seus olhos se ergueram para o céu, e respirando perdão ao seu filho Luís -- que estava, então, contra ele -- ele partiu desta vida para estar com Cristo, o que é muito melhor (Filipenses 1:23).
domingo, 23 de abril de 2017
A Propagação do Cristianismo (Século IX)
Capítulo 17: Europa (814 d.C. - 1000 d.C.)
A preferência dada aos escritos humanos sobre as Escrituras era, então, um hábito, pelo menos onde a influência de Roma prevalecia. Os paulicianos, provavelmente, e outros que estavam separados da comunhão de Roma, mantinham a autoridade da Palavra de Deus. Mas os missionários romanos eram instruídos e obrigados a cumprir as decisões dos pais [apostólicos]. Apelava-se constantemente aos cânones dos concílios e aos escritos dos grandes doutores, de modo que o volume sagrado (as Escrituras) fosse completamente esquecido. Muito antes desse período, a Palavra de Deus já vinha sendo tratada como obscura, confusa e inadequada para a leitura geral. E assim tem sido considerada pelos católicos desde aqueles dias até hoje. Ainda assim, Deus estava, e está, acima de tudo, subjugando tudo isso para Sua própria glória, para a disseminação do cristianismo, e para a salvação dos pecadores. "Todo o que o Pai me dá", disse Jesus, "virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora", não importa o país, o período, a educação, ou a condição. (João 6:37)
domingo, 9 de abril de 2017
Reflexões sobre o Cuidado do Senhor para com os Seus
Devemos nos lembrar que Carlos era um rei bárbaro, apesar de ser, talvez, o maior da história europeia, com a exceção de Alexandre e César, e assim podemos entender seu objetivo em buscar unir e consolidar um grande império. Mas ele era ignorante e supersticioso quanto às coisas divinas, embora o elemento religioso fosse forte em sua mente. Aproveitando-se disso, o papa agiu e levou-o a crer que uma igreja forte e rica faria um Estado forte e rico, e que para que agradasse aos céus e ganhasse a vida eterna, a harmoniosa união da igreja com o Estado deveria ser a base de todos os seus esquemas governamentais. Ele, pessoalmente, amava Adriano, prontamente obedecia ao seu chamado, cedia a seus conselhos, e chorou quando ouviu de sua morte, que aconteceu em 26 de dezembro de 795, após o incomum longo pontificado de mais de 23 anos. Ele podia, às vezes, enxergar o verdadeiro objetivo do papa sob seus grandes artifícios, mas, convicto de seu próprio poder autossuficiente, ele conseguia permitir que tais coisas passassem sem aqueles sentimentos de desconfiança e ciúme que teriam se engendrado em uma mente mais fraca. Não dado a mudanças, ele fez um bom amigo.
domingo, 12 de fevereiro de 2017
A Linha Prateada da Graça Soberana
Capítulo 16: Europa (653 d.C. - 855 d.C.)
{* Veja Hora Apocalyptica, de E. B. Elliot, vol. 2, p. 219.}
domingo, 11 de dezembro de 2016
O Zelo Missionário da Irlanda
terça-feira, 15 de novembro de 2016
A Caridade Fervente de Gregório
A riqueza da Sé romana permitiu-lhe exercitar extensas caridades. Como administrador dos fundos papais, Gregório tem a reputação de ser justo, humano e muito laborioso. Mas seu biógrafos são tão volumosos em seus relatos sobre suas boas obras que chega a ser difícil tentar um breve esboço. No entanto, como podemos estimá-lo como um crente em Cristo, apesar da falsa posição em que estava e sua consequente cegueira quanto ao verdadeiro caráter da igreja, nos deleitamos em demorar um pouco mais em sua memória, e também traçar a linha prateada da graça de Deus apesar da ímpia mistura das coisas seculares e sagradas.
Na primeira segunda-feira de cada mês ele distribuía grandes quantidades de provisões a todas as classes. Os doentes e enfermos eram superintendidos por pessoas designadas para inspecionar todas as ruas. Antes de sentar-se à sua própria refeição, uma porção era separada e enviada aos famintos à sua porta. Os nomes, idades e moradias daqueles que recebiam o alívio papal encheram um grande volume. Tão severa era a caridade de Gregório que, certo dia, ao ouvir sobre a morte de um homem pobre pela fome, condenou-se a si mesmo a uma dura penitência pela culpa de negligência como administrador da divina graça. Mas sua ativa benevolência não se limitava à cidade de Roma; era algo quase mundial. Ele entrava em todas as questões que afetavam o bem-estar de todas as classes, e prescrevia minuciosas regulamentações para todas, para que os pobres não fossem expostos à opressão dos ricos, ou os fracos fossem oprimidos pelos fortes. Mas isto ficará mais evidente quando tomarmos nota da posição eclesiástica e temporal de Gregório.
domingo, 30 de outubro de 2016
A Epístola à Igreja em Tiatira
Capítulo 13: Roma e a Expansão de Sua Influência (397 - 590 d.C.)
- Os títulos do Senhor são a primeira coisa a ser observada. Eles são cheios das mais adequadas instruções para os poucos fiéis quando o corpo geral de cristãos está identificado com este mundo. Ele Se apresenta como o Filho de Deus, que tem olhos como chama de fogo, e Seus pés como latão reluzente. Quando Pedro confessou que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo, Ele imediatamente acrescentou: "Sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela". E agora, em antecipação a tudo o que estava por vir, Ele chama a atenção para os pensamentos de Seu povo para o fundamento imutável sobre o qual a igreja é construída. Ele também assume os atributos do juízo divino. Fogo é o símbolo dos penetrantes olhos de juízo, como chamas de fogo, de um juízo que a tudo perscruta; e os pés como latão reluzente, do juízo iminente.Aqui temos, então, no caráter que o bendito Senhor toma, a garantia da perfeita segurança do remanescente fiel, e a afirmação do infalível julgamento sobre a falsa profetiza e sua numerosa prole de filhos corruptos -- filhos de sua sedução e corrupção. Jezabel era não apenas uma profetiza como também uma mãe: ela não apenas seduziu o povo de Deus por suas falsas doutrinas, matando também a muitos; como também uma ampla classe dos piores dentre os homens derivou sua existência a partir de sua corrupção [de Jezabel]. Isto é dolorosamente manifesto no decorrer de toda a Idade das Trevas - o "estado de Jezabel" da igreja. Ela se estabeleceu dentro da igreja como se fosse sua própria casa, e decretou a todo o mundo que ela era infalível e que devia ser implicitamente obedecida em todos os assuntos da fé. Concordar com tal suposição blasfema era infidelidade a Cristo; se opôr a ela resultava em sofrimento e morte.
- À medida que as pretensões de Roma falavam cada vez mais alto e as trevas cresciam cada vez mais densas, muitos dos santos de Deus se tornaram cada vez mais devotos a Cristo e a Suas reivindicações. O que é devido a Cristo deve sempre ser a palavra de ordem do cristão, e não o que é devido àqueles em posições elevadas. Parece ter havido uma energia espiritual nessa época que se ergue acima de tudo o que houve desde os dias dos apóstolos. Isto é graça -- a maravilhosa graça de Deus para com Seus verdadeiros santos em um tempo de muita provação. É a linha prateada de Seu próprio amor que é tão preciosa a Sua vista. Podemos nem sempre ser capazes de traçá-la na história eclesiástica, mas lá está ela, e lá ela brilha aos olhos e ao coração de Deus em meio à abundante iniquidade. Isto deve ser notado, e sempre lembrado, como algo de muito encorajamento ao cristão quando colocado em circunstâncias de provas. Ouça o que o Próprio Senhor diz: "Eu conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras". Aqui temos amor, fé e esperança em vivo exercício, os três grandes princípios fundamentais do verdadeiro cristianismo prático; e vemos que as últimas obras são mais que as primeiras. Não nos deparamos com tal testemunho fiel, ou tal medida de devoção, desde os primeiros dias da igreja em Tessalônica. Pode ser, no entanto, que a impiedade ao redor tornou a piedade deles ainda mais preciosa para o coração do Senhor, levando-O a elogiá-los ainda mais. Mas nenhum coração que bate verdadeiramente para Ele em um dia mau passará desconhecido, despercebido ou não recompensado.
- No entanto, embora o Senhor ame elogiar o que Ele pode em Seu povo, e observar as coisas boas antes de falar das coisas más, Ele também não tarda em detectar suas falhas. Eles corriam o perigo de adulterarem com a falsa doutrina e com o falso sistema religioso de Jezabel; portanto Ele diz: "Mas algumas poucas coisas tenho contra ti que deixas Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que forniquem e comam dos sacrifícios da idolatria" (v. 20). Não obstante a fidelidade de muitas almas fervorosas em Tiatira (ou seja, na igreja medieval), havia também a aceitação pública do espírito do mal: "toleras a mulher Jezabel" (versão Almeida Revisada). Esta era a sombra escura sobre a linha prateada: que às vezes acaba parecendo completamente obscurecida. Mas o Senhor não falhou, como sempre, em levantar testemunhas adequadas para Ele Próprio. Assim como havia santos na casa de César, um Obadias na casa de Acabe, um remanescente fiel em Israel que não tinha se curvado a Baal, assim o Senhor nunca foi deixado sem uma testemunha fiel no decorrer da Idade Média. No entanto, havia uma permissividade ao mal no estado geral de coisas, o que entristecia o coração do Senhor e trazia os Seus juízos."A mulher", pode ser interessante observar, é usada como um símbolo do estado geral; "o homem", é dito, é um símbolo de atividade responsável. Balaão e Jezabel são nomes simbólicos -- um profeta e uma profetiza. O primeiro agiu como um sedutor entre os santos; e a última se estabeleceu dentro da igreja professa e fingia ter absoluta autoridade ali. Isto era ir muito além até mesmo da impiedade de Balaão. Mas todos sabemos o que Jezabel foi quando se assentou como rainha em Israel. Seu nome chega até nós como envolto em crueldades e sangue. Ela odiava e perseguia as testemunhas de Deus; ela encorajava e patrocinava os sacerdotes idólatras e profetas de Baal; ela acrescentava violência à corrupção: tudo virou ruína e confusão. E este é o nome que o Senhor escolheu para simbolizar o estado geral da igreja professa durante a Idade Média. Em Tiatira, Ele, cujos olhos eram como chama de fogo, podia ver a semente daquilo que carregaria tal fruto ruim até dias póstumos, e assim Ele adverte Seu povo para que retenham aquilo que eles já tinham, o que inclui Ele Próprio. "Outra carga vos não porei. Mas o que tendes, retende-o até que eu venha". Como o estado de Jezabel continua até o fim e nunca pode ser consertado, o Senhor direciona então os olhos da fé do remanescente para Seu próprio retorno -- "Até que eu venha". A brilhante esperança de Sua vinda é assim apresentada como um conforto ao coração em meio à ruína geral; e Seus santos são aliviados, pelo Próprio Senhor, das vãs tentativas dos homens de consertar a igreja {*N. do T.: aqui no sentido de seu testemunho na terra} e o mundo. Que libertação misericordiosa! Mas a pobre natureza humana não pode entendê-la, e assim tenta, vez após outra, consertar questões tanto na igreja como no Estado.
- Temos evidentemente três classes de pessoas mencionadas nesta epístola: (1) Os filhos de Jezabel -- aqueles que devem seu nome e lugar cristão ao seu sistema corrupto. Um julgamento impiedoso levará a todos estes. Foi dado espaço para o arrependimento, mas eles não se arrependeram; portanto, o pleno juízo de Deus cairá sobre eles. "Ferirei de morte a seus filhos". (2) Aqueles que não são seus filhos, mas que não fazem oposição a ela: são maleáveis e indolentes. Esta, infelizmente, é uma ampla classe de pessoas em nossos próprios dias. Ela caracteriza a condição pública da cristandade. Sem consciência diante de Deus, eles se contentam em flutuar suavemente correnteza abaixo, em comunhão com algum sistema religioso que lhes pareça mais agradável a suas próprias mentes. Quanto ao que é agradável para a mente de Deus, eles nunca buscam saber. Ainda assim eles são Seus filhos. O juízo para tais é "grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras". (3) O remanescente fiel, os "vencedores". Eles são aqui mencionados como "os demais", ou o remanescente; eles terão poder sobre as nações em associação com Cristo quando Ele vier para reinar. Enquanto isso eles têm essa doce e preciosa promessa: "E dar-lhe-ei a estrela da manhã". Isto é a associação consciente com Ele Próprio até mesmo hoje. A igreja medieval era especialmente culpada de duas coisas: ela arrogante e perversamente buscava possuir poder supremo sobre as nações, e ela perseguia o remanescente fiel dos santos, tais como os valdenses e outros. Mas os santos, uma vez assim perseguidos, ainda possuirão o reino, e reinarão com Cristo por 1000 anos; e todo o sistema de Jezabel será totalmente e para sempre rejeitado: "É forte o Senhor Deus que a julga" (Apocalipse 18:8).
- Há apenas mais uma coisa para tomar nota neste esboço da condição pública da cristandade desde o início do sistema papal. A exortação a "ouvir" é colocada após a promessa especial. Isto marca o remanescente como distinto e separado do corpo geral. Nas três primeiras igrejas a palavra de advertência -- "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas" -- vem antes da promessa. Mas nas quatro igrejas finais temos a promessa antes do chamado a ouvir. O significado óbvio dessa mudança é profundamente solene. Nas primeiras três, o chamado a ouvir é dirigido a toda a assembleia, mas nas últimas apenas ao remanescente. Parece que, nestas, é esperado que ninguém ouviria além dos vencedores. O corpo professo geral parece tanto cego como surdo através do poder de Satanás e das poluições de Jezabel; que temível condição! Devemos também ter em mente que os quatro estados, como representados pelas últimas quatro igrejas, continuam até o final da vinda do Senhor. Que Ele possa nos guardar de tudo o que cheire a Jezabel, para que possamos apreciar devidamente nossa união com Ele Próprio e Suas bênção prometidas aos "vencedores".
domingo, 7 de agosto de 2016
Que Serviço Atanásio Prestou à Igreja?
domingo, 10 de abril de 2016
As Perseguições sob Severo (ano 202 d.C.)
Em Alexandria, Leônidas, pai do famoso Orígenes, sofreu o martírio. Os jovens nas escolas que estavam recebendo uma educação cristã foram submetidos a severas torturas e alguns de seus professores foram presos e queimados. O jovem Orígenes se distinguiu nesta época por seus trabalhos ativos e destemidos nas agora quase desertas escolas. Ele esperava seguir os passos de seu pai, e mais procurava do que evitava a coroa do martírio. E foi justamente na África, um lugar no qual sempre pensamos como um deserto sombrio, miserável e escassamente povoado, que a linha prateada da maravilhosa graça de Deus foi mais distintamente marcada na celestial paciência e fortaleza dos santos sofredores. Temos de convidar nossos leitores a entrar em alguns detalhes a mais sobre isso.
domingo, 27 de abril de 2014
Os Erros dos Historiadores em Geral
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