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sábado, 8 de julho de 2017

A Heresia Simoníaca

No século XI conta-se que o sistema feudal atingiu sua maturidade, e o pecado da simonia -- ou a venda de benefícios eclesiásticos -- atingiu o ápice de sua impiedade. Nesse período a história nos informa que, desde o papado até a menor cura paroquial, toda dignidade espiritual tinha seu preço em dinheiro  e tornou-se um objeto de troca ou venda. Mesmo o bispado de Roma era tão notoriamente comprado e vendido nessa mesma época que houve três papas simultâneos: Bento IX, que ficava em Latrão; Silvestre III, que tinha o Vaticano; e Gregório VI, que tinha Santa Maria. Mas as discussões eram tão vergonhosas, e tão feroz era a guerra entre os papas e seus amigos, que os italianos imploraram para que o imperador Henrique III fosse a Roma e examinasse as reivindicações conflitantes dos três pontífices. Um concílio ocorreu em Sutri, por volta do ano 1044, quando as imoralidades mais inéditas e a mais flagrante simonia foram provadas contra os papas diante de Henrique. Qual dos três a alta igreja considerava, então, o legítimo sucessor de São Pedro, isso não sabemos; mas não pode haver dúvida de que eles eram todos descendentes lineares de Simão, o Mago, que pensava que o dom de Deus podia ser comprado com dinheiro. Poucos, muito poucos, eram os verdadeiros descendentes de Simão Pedro, que deixou tudo o que tinha e seguiu a Jesus.

O mal se espalhou e toda a ordem clerical foi afetada, se não corrompida, pelo pecado prevalecente. Quando o bispo descobria que tinha gasto demais com sua Sé, ele naturalmente aumentava o preço das posições inferiores para indenizar a si mesmo. Assim os grandes prelados da igreja estavam envolvidos no mais degradante tráfico e especulações secularizantes. Nada podia ser mais baixo, e isso abriu a porta da igreja para os piores dos homens. Leigos, sem educação ou religião; bárbaros, sem civilização, compravam ordens sagradas, e forçavam sua entrada nas sagradas fileiras do sacerdócio, e é claro, traziam com eles a pior impiedade do mundo, e as maiores enormidades dos pagãos. A simonia tornou-se, assim, o pecado abrangente desse período, e cada vício surgiu naturalmente dele. Nos esforçaremos agora em verificar sua origem.

domingo, 4 de junho de 2017

O Aprendizado dos Árabes Importado para a Cristandade

O papa Silvestre II, que ocupava a cadeira de São Pedro quando nasceu a primeira manhã do século XI sobre a Europa, formou o elo entre a sabedoria e erudição dos árabes e a ignorância e credulidade dos romanos. Ele tinha estudado nas escolas muçulmanas na cidade real de Córdova, onde tinha adquirido muito conhecimento útil quanto a esta vida, os quais ele começou a ensinar e praticar em Roma. Mas tal era a sombria superstição do povo em geral que eles atribuíram suas grandes conquistas às artes mágicas, e acreditavam que tais poderes podiam apenas ser possuídos através de um pacto com o maligno. Por eras após o papa Silvestre ele foi lembrado com horror, como se o trono de São Pedro tivesse sido ocupado por um necromante. Mas à medida que o tempo passou e as trevas do século X ficavam cada vez mais para trás, ergueu-se uma raça de homens que eram distintos, não apenas por grandes realizações filosóficas, mas também pelo estudo das Sagradas Escrituras e pela devoção  ao progresso do cristianismo. Pessoas aprendendo a ler e a buscar o significado das palavras, naquele tempo, especialmente em conexão com os escritos sagrados, foram bênçãos para a humanidade. A superioridade do século XI sobre o século X deve ser atribuída principalmente às melhorias e avanços no aprendizado, como um meio nas mãos do Senhor para a bênção do povo.

Mas devemos nos ocupar com mais algumas palavras sobre Silvestre. Seria injusto deixar um homem tão importante e tão bom sob a escura sombra dos preconceitos do povo. Ele é mencionado pela história esclarecida e imparcial como o mais eminente prelado de sua época. Seu nome próprio era Gerbert. "De erudição sem igual, e de piedade irrepreensível, foi Gerbert de Ravena", diz Milman. Ele foi tutor, guia e amigo de Roberto, o filho e sucessor do rei Hugo Capeto, que, por uma grande mas silente revolução, foi levado ao trono da imbecil raça de Carlos Magno no ano 987. O pupilo real parece ter tirado proveito das instruções de Gerbert. Ele subiu ao trono da França por volta do ano 996, e reinou até o ano 1031. Ele foi um grande amigo do aprendizado e da erudição, morreu em lamentos e foi apelidado de "o Sábio". Em 998 Gerbert foi apontado como papa por Oto III, Imperador da Alemanha, quando tomou o nome de Silvestre II. Ele morreu em 22 de maio de 1003.

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