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domingo, 16 de outubro de 2016

Os Nestorianos

Como a seita chamada de nestoriana ocupa um lugar importante na história da igreja, vamos tomar nota brevemente de sua formação. Eles são, às vezes, chamados de sírios, uma vez que seu fundador foi um sírio. Cremos que são numerosos na Síria atualmente*, mas não receberam do governo turco a proteção a qual tinham direito, e assim foram expostos a constantes assaltos das tribos predatórias. Milhares de nestorianos nas montanhas do Curdistão, incluindo homens, mulheres e crianças, foram massacrados em 1843, e suas vilas totalmente destruídas pelas tribos curdas. Desde o ano 1834, uma interessante missão foi estabelecida entre eles pelo Conselho Americano de Missões Estrangeiras. O caráter e procedimentos da missão são muito comentados por Dr. Grant, um dos missionários que residiu entre os nestorianos por um tempo considerável, e que tinha estudado seus modos e costumes com grande minúcia e cuidado, e acabou publicando um tratado visando provar que essa interessante classe de pessoas são os descendentes das dez tribos perdidas de Israel. Mas suas conclusões, como outras sobre o mesmo assunto, podem muito bem ser postas em dúvida.**

{* N. do T.: este texto foi escrito no século XIX}
{** Veja Crenças do Mundo, de Gardner, vol. 2, p. 531}

Nestório, um monge sírio, tornou-se um presbítero da igreja em Antioquia. Ele era estimado e celebrado por conta da rígida austeridade de sua vida, e do impressionante fervor de sua pregação. Ele atraiu grandes e atentas audiências, e logo se tornou um grande favorito do povo. No ano 428 ele foi consagrado bispo de Constantinopla. Mas a disciplina do claustro tinha lhe preparado mal para uma posição tão importante na vida pública. Tão logo ele foi promovido a esse nível, ele começou a demonstrar um zelo intemperado contra as várias descrições dos hereges, o que devia-se mais ao fanatismo do monge do que ao espírito tolerante e suave do cristianismo genuíno. Em seu discurso inaugural, dirigindo-se ao imperador Teodósio, o jovem, ele se pronunciou com estas violentas expressões: "Dá-me um país purgado de todos os hereges, e em troca por isto eu lhe darei o céu. Me ajude a subjugar os hereges, e eu lhe ajudarei a subjugar os persas". Mas não demorou muito até que o próprio Nestório fosse também acusado de heresia.

O novo bispo logo em seguida pronunciou sua declaração de guerra contra os hereges por meio de atos de violência e perseguição. Ele excitou tumultos entre o povo: os arianos foram atacados, sua casa de reuniões foi queimada, e outras seitas foram perseguidas. Tais procedimentos, no entanto, logo levantaram contra Nestório, até mesmo dentre os ortodoxos, uma numerosa hoste de inimigos, que buscaram e logo conseguiram sua queda. Aconteceu assim... (continua no próximo tópico).

sábado, 13 de dezembro de 2014

O Apóstolo Simão, o Zelote

Simão, o Zelote, também chamado de "Simão, o cananeu", parece não ser a mesma pessoa que Simão, irmão de Tiago. Não temos relatos aprofundados sobre ele na história narrada no Evangelho. Ele sempre é mencionado junto com os outros apóstolos nos Evangelhos e em Atos, e depois disso desaparece da narrativa sagrada.

É geralmente aceito que, antes de ser chamado para ser apóstolo, ele pertencia a uma seita dos judeus chamada de "Os Zelotes." A principal característica deles era a feroz defesa ao ritual mosaico. Eles se consideravam sucessores de Finéias que, em seu zelo pela honra de Deus, matou Zimri e Cosbi (Número 25). Fingindo seguir o zelo dos sacerdotes antigos, eles achavam que tinham o direito de sentenciar à morte um blasfemador, um adúltero, ou qualquer preso notório, sem as formalidades comuns da lei. Eles alegavam que Deus tinha feito uma aliança eterna com Finéias e com a sua descendência, "porque ele foi zeloso pelo seu Deus, e fez expiação por Israel." Estas retumbantes reivindicações e pretensões enganaram tanto os governantes quanto o povo por um bom tempo. Além disso, sua fúria e zelo pela lei de Moisés e pela libertação do povo do jugo romano deu-lhes graça aos olhos de toda a nação. Mas, como sempre parece ser o caso em circunstâncias semelhantes, seu zelo logo se degenerou em todos os tipos de libertinagem e extravagância selvagem. Tornaram-se as pragas de todas as classes da sociedade.

Sob um pretendido zelo pela honra de Deus, eles acusavam quem quisessem de serem culpados de blasfêmia ou de algum outro pecado grave, e imediatamente os matavam e apreendiam suas propriedades. Josefo nos conta que eles falharam em não acusar alguns da "nata da sociedade" e, embora tenham conseguido tornar tudo uma confusão, não deixavam de pescar “em águas turbulentas”. Josefo os classificou como as grandes pragas da nação. Tentativas foram feitas em diferentes épocas para suprimir a sociedade, mas não parece que eles tinham sido muito reduzidos até que, junto com todo o resto da nação incrédula, foram varridos do mapa no fatal cerco dos romanos.

Simão é frequentemente denominado "Simão, o Zelote", portanto supõe-se que tenha pertencido a essa problemática facção. Podem ter havido homens verdadeiros e sinceros entre eles, mas bons e maus passaram sob o odioso nome de "Zelote". Nada é sabido com certeza sobre os futuros trabalhos do nosso apóstolo. Alguns dizem que, após viajar por um tempo para o Oriente, voltou para o Ocidente e chegou até a Grã-Bretanha, onde pregou, fez milagres, suportou muitas provações, e finalmente sofreu o martírio.

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